A República Velha iniciou-se em 1889, quando aconteceu a Proclamação da República, no dia 15 de novembro. Esse acontecimento iniciou-se pela manhã do dia citado quando os militares liderados pelo marechal Deodoro da Fonseca derrubaram o Visconde de Ouro Preto do gabinete Ministerial. Na sequência do dia, José do Patrocínio, vereador no Rio de Janeiro, formalizou a proclamação da República. Após a Proclamação da República, Deodoro da Fonseca foi escolhido como presidente provisório. Em 1891, o marechal foi eleito presidente do Brasil para um mandato de quatro anos, mas renunciou ao cargo e foi sucedido pelo seu vice, marechal Floriano Peixoto, que permaneceu no cargo até o ano de 1894. Esse período de 1889 a 1894, em que o país foi governado por dois presidentes militares, é conhecido como República da Espada. Os dois presidentes que foram eleitos e não assumiram foram Rodrigues Alves (segundo mandato) e Júlio Prestes. Rodrigues foi eleito para um segundo mandato em 1918, mas, antes de assumir, faleceu por conta da gripe espanhola. Seu vice, então, assumiu, para que uma nova eleição fosse marcada (e nela Epitácio Pessoa foi eleito). Já Júlio Prestes foi impedido de assumir a presidência por conta da Revolução de 1930.

 Características

A grande marca da República Velha e pela qual todos a conhece é o domínio que as oligarquias exerciam no país. As oligarquias eram pequenos grupos (a maioria deles era associada com a agricultura e pecuária) que detinham grande poderio econômico e político. O controle das oligarquias no Brasil dava-se por meio de práticas conhecidas como mandonismo, coronelismo e clientelismo.


 Mandonismo: é o nome que se dá para o controle exercido por determinadas pessoas, sobre outras, por possuírem uma grande posse de terra. No caso da República Velha, os grandes proprietários exerciam influência sobre a população local.

 Coronelismo: prática em que o coronel (grande proprietário de terra) exercia seu domínio sobre as populações locais, de forma a conquistar os votos que eram necessários para atender os interesses da oligarquia estabelecida e do Governo Federal. A conquista do voto da população local acontecia, por exemplo, por meio da distribuição de cargos públicos que estavam sob controle do coronel ou também pela intimidação.


Clientelismo: é a troca de favores que é praticada entre dois atores politicamente desiguais. Essa prática não precisa da figura do coronel para acontecer, pois toda entidade politicamente superior que realiza um favor a outra política inferior, em troca de um benefício, está praticando o clientelismo.


Outro ponto importante sobre a Primeira República é o que diz respeito a duas práticas bastante conhecidas: a política do café com leite e a política dos governadores, dois mecanismos que davam sustentação ao domínio político das oligarquias.

Política dos governadores: a política dos governadores (ou política dos estados) foi criada durante o governo de Campos Sales e estruturou o funcionamento de toda a política brasileira durante o período da República Velha. Sua atuação foi responsável por consolidar uma aliança entre Executivo e Legislativo ao longo da República Velha. Nessa política, o Governo Federal dava seu apoio para a oligarquia mais poderosa de cada estado como forma de reduzir as disputas locais entre diferentes oligarquias. Em troca do apoio, as oligarquias tinham como dever eleger deputados e orientá-los a apoiar as pautas do Executivo no Legislativo. Para que a política dos governadores desse certo, o coronel era uma figura essencial, uma vez que todo o arranjo para conquistar votos para eleger os deputados da oligarquia era feito por essa figura. O coronel, enquanto figura de poder local, utilizava-se do seu poderio financeiro para exercer pressão para que os eleitores votassem no candidato desejado. A intimidação de candidatos ficou conhecida como “voto de cabresto”.


Os coronéis, por sua vez, não obtinham a quantidade de votos desejados somente pela intimidação, mas também por meio da manipulação eleitoral. Duas práticas muito comuns eram: utilizar o registro de pessoas mortas (para que uma mesma pessoa pudesse votar diversas vezes) e manipular as atas eleitorais.


Política do café com leite: a política do café com leite é um dos conceitos mais conhecidos desse período e faz referência ao acordo que existia entre as oligarquias de São Paulo e de Minas Gerais a respeito da escolha dos presidentes. Esse acordo estipulava que as oligarquias citadas revezariam os candidatos que concorreriam à presidência. Um ponto importante a respeito da política do café com leite é que os historiadores têm apontado limites para seu uso, uma vez que a atuação dessa prática de revezamento não se estendeu por toda a República Velha, já que representantes de outras oligarquias também foram eleitos no curso desse período.


Observação: Para responder as questões propostas abaixo, leia os capítulos 1 e 2 do Livro didático de História, das páginas 8 a 23.


                                                                QUESTÕES

1) Explique, com suas palavras, o termo República da Espada.

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2)- Das características contidas no texto, você consegue perceber alguma (s) ainda    presente (s) nos dias atuais? Comente-as:

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3) As novas condições socioeconômicas em curso na segunda metade do século XIX favoreceram a difusão dos ideais republicanos no Brasil, sobretudo a partir de 1870, que, juntamente com outros acontecimentos, levariam à queda da monarquia. Com relação ao movimento republicano e a queda da monarquia, faça o que se pede: a) Identifique os principais grupos do movimento republicano brasileiro. Explique com suas palavras os motivos para a saída do marechal Deodoro da Fonseca da presidência da República.

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4)- A charge ao lado refere-se a Política do Café–com leite, que pode ser definida como:



5-A charge ao lado refere-se ao voto do cabresto, faça uma análise, tendo em vista as campanhas eleitorais da atualidade, descrevendo as semelhanças, diferenças e considerando o tempo histórico que as separam:



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6- - Identifique os principais atores políticos e as motivações que os levaram a articular a queda do regime monárquico brasileiro.

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7 -A primeira Constituição republicana foi aprovada por uma Assembleia Constituinte, em 24 de fevereiro de 1891.Pesquise e escreva em relação a constituinte acima citada e suas principais características:

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8- Explique com suas palavras a política econômica adotada na Primeira República conhecida como Encilhamento.